Thomas Daniels

Publicado em: 09/05/2025
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MyEtherWallet alerta que alguns de seus servidores DNS foram hackeados
By Publicado em: 09/05/2025

Em um movimento decisivo contra o crime cibernético relacionado a criptomoedas, as autoridades alemãs apreenderam € 34 milhões (aproximadamente US$ 38 milhões) em ativos digitais da corretora de criptomoedas eXch. A plataforma é acusada de ter facilitado a lavagem de dinheiro roubado durante o ataque hacker de US$ 1.5 bilhão à Bybit em fevereiro de 2025. Esta operação, anunciada em 9 de maio pela Polícia Criminal Federal (BKA) e pelo Ministério Público de Frankfurt, representa a terceira maior apreensão de criptoativos da história da Alemanha.

Os ativos confiscados incluem Bitcoin (BTC), Ether (ETH), Litecoin (LTC) e Dash (DASH). Além dos ativos digitais, as autoridades desmantelaram a infraestrutura de servidores da eXch, protegendo mais de oito terabytes de dados. O domínio da plataforma, bem como suas interfaces clearnet e darknet, foram retirados do ar.

Fundada em 2014, a eXch operava como um serviço de troca de criptomoedas, permitindo a troca de ativos digitais sem a implementação de medidas de combate à lavagem de dinheiro (AML) ou protocolos de "Conheça seu Cliente" (KYC). Essa lacuna regulatória a tornou uma via atraente para fluxos financeiros ilícitos. Investigadores estimam que a eXch processou cerca de US$ 1.9 bilhão em transações, uma parcela significativa das quais acredita-se estar ligada a atividades criminosas.

Uma parte significativa dos ativos lavados teve origem na violação da Bybit, onde aproximadamente 401,000 ETH foram roubados. Analistas relataram que 5,000 ETH foram canalizados através do eXch e posteriormente convertidos em Bitcoin através do protocolo Chainflip. O Lazarus Group, afiliado à Coreia do Norte, é suspeito de estar por trás deste ataque cibernético.

A eXch também foi associada a outros crimes graves envolvendo criptomoedas, incluindo o roubo de US$ 243 milhões envolvendo credores da Genesis, o exploit FixedFloat e golpes generalizados de phishing. De acordo com o investigador de blockchain ZachXBT, a plataforma ignorou repetidamente solicitações para bloquear endereços suspeitos ou cumprir ordens de congelamento.

Apesar de anunciar o encerramento em 1º de maio, a eXch teria continuado a oferecer serviços de API a determinados parceiros. Empresas de inteligência observaram atividade contínua na cadeia, incluindo transações associadas a material de abuso sexual infantil (CSAM), mesmo após o encerramento público.

O promotor público sênior Benjamin Krause enfatizou a importância de desmantelar plataformas anônimas de troca de criptomoedas, afirmando que tais serviços desempenham um papel fundamental na ocultação de fundos ilícitos derivados de crimes cibernéticos e fraudes financeiras.

Esta ação de fiscalização marca um passo significativo nos esforços regulatórios internacionais para combater a lavagem de dinheiro por meio de criptomoedas. À medida que os ativos digitais ganham maior adoção, os órgãos reguladores estão intensificando seu escrutínio para garantir a legitimidade e a transparência dos sistemas financeiros de criptomoedas.