Thomas Daniels
As autoridades de Nova York congelaram US$ 300,000 em criptomoedas vinculadas a um sofisticado esquema de fraude em investimentos que utilizou plataformas de mídia social para fraudar mais de 300 pessoas, principalmente da comunidade de língua russa. O esquema, que gerou mais de US$ 1 milhão em ganhos ilícitos, foi desmantelado por meio de uma investigação conjunta do Ministério Público do Distrito de Brooklyn, do Ministério Público do Estado de Nova York e do Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York (DFS).
Os golpistas usaram ativos digitais para financiar anúncios enganosos em plataformas como o Facebook, promovendo falsamente um serviço licenciado de investimento em criptomoedas. Esses anúncios, principalmente em russo, direcionavam as vítimas a sites fraudulentos que alegavam possuir uma BitLicense — um requisito para empresas de criptomoedas que operam em Nova York. A investigação resultou na apreensão de US$ 140,000 e no congelamento de outros US$ 300,000 em fundos digitais roubados.
“Esta operação visou especificamente falantes de russo por meio de campanhas enganosas nas redes sociais”, disse a Procuradora-Geral de Nova York, Letitia James. “Nosso esforço colaborativo com o DFS e o gabinete do Promotor Público do Brooklyn reforça nosso compromisso em proteger os consumidores de esquemas fraudulentos de criptomoedas. Peço a todos os nova-iorquinos que permaneçam cautelosos com ofertas de investimento online.”
A Meta, empresa controladora do Facebook, removeu mais de 700 anúncios chamados de "Black Hat" após a notificação da investigação. Apesar desses esforços, somente a comunidade do Brooklyn sofreu perdas superiores a US$ 1 milhão.
O caso exemplifica uma tendência mais ampla de fraudes relacionadas a ativos digitais. De acordo com um relatório de 2024 da Chainalysis, aproximadamente US$ 51 bilhões em transações ilícitas envolveram criptomoedas. Embora os pagamentos relacionados a ransomware tenham caído 35%, os reguladores continuam preocupados com a crescente utilização de inteligência artificial em operações fraudulentas.
Esquemas fraudulentos semelhantes incluíram táticas de personificação, como airdrops falsos de XRP supostamente vinculados ao CEO da Ripple, Brad Garlinghouse — uma figura bem conhecida por seu papel na batalha jurídica em andamento da Ripple com a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA.
À medida que a adoção de criptomoedas cresce, também aumentam os riscos associados. As autoridades reguladoras estão intensificando esforços para proteger os consumidores, especialmente as comunidades vulneráveis, alvos de conteúdo adaptado por algoritmos.
